sexta-feira, 5 de julho de 2019

ULTRA-FÉRTIL EM SUGESTÕES

 Não vão acreditar, nem saberão
sentir a boca tentando dizer
que a sombra do barco no mar
reivindicava a humanidade de seu metal
perante o Comitê de Vigilância e seu
cemitério de proporções comerciais.
Silencioso, casto metal, mas no melhor
estilo de um mau vendedor (dirão).
Agora, tentarão a zanga do protesto
sem alarde, ou, com mãos trêmulas,
oferecerão bebida aos levados à tumba?
Não: pedirão algo para acalmá-los
de verdade, costurando partes da voz
que se afoga no palco escuro, cheia
de artérias comerciais bloqueadas.
Velhacos! Ricos entendendo-se entre si.
Única chance contra aqueles Estados
dar certo: instalar a reivindicação
bem fundo, para que não reparem
quando ali costearmos de novo.
E tomar os nomes um por um.
Já nos disseram os nomes, e
imagino que nenhum deles
agia puritanamente, fazendo mira.
Herdade astral do mar, chegando
por onde se perdeu, no ritmo
do metal confiscado que o vento,
lagarto, soava no assunto alheio.
Sob a noite fria, os nervos do Sol
ainda tiritam, com sua palavra rude.
Surreal reformador do mundo,
ceifando todas as vantagens
com provas espectrais de vigilância,
abaixo do limiar comercial.
Renovação das trocas ou
trocadilhos de renovação?
Aqui, a quimera-ofídia da rota
duvida de todas as idéias largas
com conhecimento de causa: cheirando
perigosamente cada compensação
de quantidade na escuridão,
onde a carne treme, adiando
suas metas sem deixar vestígio...
enquanto uma literatura para cada minuto
acende lâmpadas sobre as aflições,
prolongando certo dilaceramento
alucinado nos poemas sobre negócios.
Todos difíceis, uma imagem da força
mental madura, que se gaba
nas encruzilhadas, estalando seu riso.
E o que sobra sob o riso vibrante
algumas atrizes recolhem
da terra tremida, exclamando:
''Oh Meu Deus(!), Ele confundiu 
TUDO, e restringiu as intenções
mais belas de nossa sensibilidade
com criaturas feitas de letras''.
Para o bem da Arte, certamente.
Deveriam desejar-me mais mal?, e
escapar numa mala cheia de ilusões
rumo à América? Só pretensões.
Sabemos que contra o muro,
estampilha de impostos,
nem sempre foi assim; e que
esses líquenes sobre  o muro
reagem à minhas risadas, 
à distância. Sombra atroz
que ninguém responde,
que trunca, embaraça
todos os desejos e tronos
num plausível cúmulo de
insatisfação intelectual.
Ultra-fértil em sugestões,
é o que faz correr todo entulho
planejado, entre notícias e 
atos governamentais; entre o 
ruído e o caos, o ziguezague
de seus ideais de jornada
fraudulenta, de suas dúvidas
e escolhas engraçadas,
vomitando nos braços públicos.
Corre, sabemos que precisa escolher!,
e escolhe-se, ficando do lado certo,
conversando em fluxo, absorto...
O homem sai, a natureza entra.
Muda, sua palavra é imensa!
O Poeta se afasta, improvisando
restrições humanas que zunem
num rápido roubo, rapto
de luz errante, enervando
todos os termômetros
enquanto o mar golpeia
de todos os lados.
Aqui, não é muito tranquilo
chegar à uma decisão.

KM

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