sábado, 25 de maio de 2019

A INSENSATEZ JUVENIL, segundo o Hexagrama 4 (MENG), do I Ching

''So how should I presume?
And I have known the eyes already, known them all—
The eyes that fix you in a formulated phrase,
And when I am formulated, sprawling on a pin,
When I am pinned and wriggling on the wall,
Then how should I begin
To spit out all the butt-ends of my days and ways?
And how should I presume?''  (T.S. Eliot)
--- A primeira consulta eu respondo,
mas se ele pergunta duas ou tres vezes,
torna-se importuno. E ao que se torna 
importuno, NÃO DOU NENHUMA INFORMAÇÃO ---
ela disse
---- A perseverança... 
perguntei então
...não chega a ser favorável?
----Claro que não, ela respondeu.
...isso não passa de temporada provisória
na tatuagem de incontáveis futuros,
todos mortificados de espectralidade,
qual mago longínquo, étoile ophidienne,
ego borroso da paisagem na
VIRTUOISE SÉCHERESSE
de amplos inventários de jogo.
O Arquimago, privado da luz da utopia!
''Science atteint sa cime, tandis...
que s´áccontant monte l ´ennialsement.
Chaos n´enseigne pas aux chaos l ´homme entier"
(René Char)
Mas a insensatez não chegava a ser
meu maior mal juvenil. No tempo certo...
eu pensava
todas as minhas premissas
ressecariam adequadamente
(como as do mago)
e mil rápidas paisagens políticas
passariam como nuvens pelo oráculo:
um biombo de estatísticas, joguetes
com números, ou apenas com as
cinzas de alguma intempérie
diplomaticamente aplastada.
Atitude irresistível, incorpórea,
de solução de dúvidas.
Fabulosas expectativas claras
e remoção de questões ociosas
no fluxo das redes de aceitação.
Passando ao fruto do pasmo,
logo as depressões viriam a ser
preenchidas, e a consistência do caminho
logo revelaria a meticulosidade do caráter.
---- A educação para a água
trinca os dentes no começo ---
ensinou ela
''I have heard the mermaids singing,
each to each. I do not think that they
will sing to me'' (Eliot) 
Mas a névoa compacta, insolidária
do protagonista, sabia ser serena,
fazendo do ruído das próprias palavras
um pacto poderoso com seu punho.
A juventude, seu Kê de inexperiente,
não passava de descuido cosmético
da brincadeira. Autodomínio, brincando
com realizações de disciplina degenerada;
auto-treinamento xamânico avançado.
---- Com o tempo, no entanto, ISSO
terá efeito sobre o bloqueio de minhas forças...
eu disse
...o Nove na segunda posição significa:
''Suportar insetos com boa fortuna
e saber tratar as mulheres
para estar apto à Administração''.
Assim conclui o Livro.
A representação do homem de poder
dotado de força, suportando responsabilidades 
muitas vezes ambíguas e perigosas.
Melhor dito: o ar corporal pesado,
vicioso da insensatez humana.
O contágio é inevitável, ''Mas isso
basta para cambiar o mundo
ou só para cambiar muchachas?''
pergunta-se
Não: isso apenas as ondula
com luzes complementares,
e premia o vazio superabundante do mundo
com miraculosas miradas de escrutínio.
Tenta-se enforcar o mundo
com os trigramas nucleares deste Hexagrama:
o Nove na segunda posição é firme e central,
e o seis na quinta lhe corresponde.
Há uma sequência de manipulações
pela qual o seis ensina ao nove
a ser professor por seu intermédio.
O espelho apura-se, com negações
que a todo momento expulsam bruxarias.
A indicação marca cada voz no argumento
enquanto certa fixação turística
se abisma em confortável clareza.
O método da arquibancada
tem lá suas consequências.
A demagogia negra, neste Hexagrama,
se quer também vitrine das próprias decisões.
GÁO-TONG: ''Informar alguma coisa
a si mesmo, tornar-se reiterativo
com si mesmo durante o perigo (ATENÇÃO)''.
QUÁN: '' Fonte de atenção, habilidade''.
YÚ: ''Virtus, potência''.
A clareza confunde e se destaca.
ZÁ: ''Confusão, mistura, problemas''.
ZHÉ: ''Aparente, destacável e
' fazer-se saber brilhante, por escrito' ''.
Aqui não se ensina, se aprende.
O ''Isso não pode ser ensinado'' do Buddha
indicando que o retorno do YANG
ilumina o combate contra a própria mente.
Este Hexagrama e o H8, ''Aproximando-se Mutuamente'',
são os únicos nos quais o I CHING
fala de si mesmo. A Consulta a si mesmo
manifesta-se ''socraticamente'',
com energia de correspondência tópica.
O firme e o maleável de manter uma família.
O excesso de energia mitigado
pela sua condição de central. YANG!
Sua posição no começo, na Fonte
do Hexagrama, indica trabalho duro,
mas sua luminosidade ainda é fraca.
SHÚO-FÁ : ''Método de dizer''
BAO: ''Controlar, garantir, encarregar''
NÁ: ''Nomear''. FÚ : ''Mulher''
ZI: ''Mestre, sábio''. KÉ: ''Capaz de,
competente''. JiÉ: ''Contanto, junto, misturado''. 
Relógios de luxo amontoando preciosos
segundos de prorrogação ad nauseam.
Línguas de tempo tecidas pelo tato
latindo rostos e apetites enigmáticos.
Alento. Cabala. Neurose de dentes
sentenciados e sem urgência.
A Alba-Escândalo, o atroz
milagre do pequeno caos,
derrotando todas as cautelas.
YANG de novo! A insensatez
juvenil sem pretextos, retorna
AQUI, unicamente para salvar-se;
trata-se de um excedente de energia
sem planos, sem augúrios ou temores,
que deve ser empregado pelo discernimento
assim que a vergonha de ficar limitado
forçar a transformação da palavra, apreensiva,
no índice radiante de toda matéria.
''To swell a progress, start a scene or two,
advise the Prince; no doubt an easy tool,
Deferential, glad to be of use,
politic, cautious, and meticulous''
(TS Eliot, The Love Song of J. Alfred Prufrock)
À deriva, sem astúcia, muitas conjurações
modificam seus convênios todo-poderosos.
E muitos artifícios viram hecatombe!
Grandes gritos infantis dispersam a tolerância
do começo dos debates, afirmando-se como reis;
o controle converte-se em agressões principescas
sem liderança, numa perspectiva de energia declinante.
Mas a Nadificação hamletiana vai muito além das palavras,
e propõe mídias famosas para seus distintos resquícios:
''Mi corazon acobardado sigue inventando valor, abriendo
créditos, tirando cabo solo a la siniestra, aprendendo
a aprender, POBRE ALELUYA'' (Mario Benedetti)
y quién sabe
se entre tanta mentira incandescente
no queda algo de verdad en la Sombra Metafórica?

K.M.


quarta-feira, 22 de maio de 2019

Ars Dictaminis 6

Conseguirão hoje os Democratas, finalmente, converter sua cegueira ordinária no domínio dos fatos numa espécie de sabedoria sub-liminar, ou a inflamarão até o ponto da cegueira histérica? Fala-se a todo momento dos ''fatos'' --- ainda que o alvo dos questionamentos tenha se deslocado em definitivo da materialidade para a formalidade do processo, esvaziando a demanda política de todo seu conteúdo --- e, no entanto, segue-se procedendo por instinto de cão farejador... No mundo de tais representações (já ficou claro para o público), nada existe que toque sequer remotamente a realidade. Então, passam a concentrar todas as forças de oposição em vícios processuais fictícios, por se tratar de uma mentira ''mais fácil'', inclusive de ser ''produzida'' como prova, praticamente (pode-se dizer) ''elaboradas'' pela duvidosa morosidade do procurador. Nesse ódio instintivo contra a realidade dos fatos, que se viu crescendo como uma onda de dois anos para cá, sobressai como último bastião democrata o elemento impulsivo da ganância político-eleitoral, girando no vácuo ad nauseam, considerando sempre de longe cada uma de suas miragens pueris e sem substâncias como sensíveis doenças de pele que infectam a ordem constitucional e o tato do governo para discriminar a própria conduta. Cabe-nos agora perguntar se terão competência técnica suficiente para converter essa religião momentânea da mentira, até aqui motivada apenas por erros de cálculo, numa cartilha realmente inventiva de maldades no domínio destes mesmos erros, capaz de pôr em perigo e envenenar decisivamente a classe política como um todo e seu eleitorado. Não chega a ser um espetáculo digno dos deuses, pois o pensamento desatado da realidade e vacinado contra o pensar político honesto , ao ganhar a mídia transforma-se numa figuração constantemente desprovida de figura e acanhada na voz de ventríloquos miseravelmente diminutos do lobby e da anfibologia midiática de plantão, dispensando a atenção de qualquer olhar superior, divino. Não é à toa que tantos avatares deste comédia co mais de dois anos de idade se assemelham mais à anúncios de fast-food, estereótipos jornalísticos hollywoodianos e figuras de brinquedo falantes, do que com dignos representantes do povo empenhados numa cruzada. Neles, a apresentação sempre obscurece aquilo que é apresentado, por não poder ser dissociada da falsidade deste, de sua subsunção cega e anti-conceitual. Em algumas destas mulherzinhas, tal anseio acirrou-se tanto que já se sedimentou em necessidade libidinosa, e em todos os canais é multiplicado pelo fétido esperma da cultura de massas. E porque sucede isto assim? Porque nelas tudo deve ser, sob os holofotes, ''necessário'', deve ter um sentido forte de suspeita, uma razão de Estado que, no fundo, não passa de vaidade e sentido de rejeição inflamado. Então, se abre o abismo do ressentimento, exigindo vingança como recompensa, com um forte sabor de ''juízo'' e ''momento histórico''. O objeto de todo esse chilique, no entanto, não se torna menos falsificado pelo trabalho de tradução absolutamente suíno da mídia: não menos do que uma guerra religiosa, ao tentarem deduzi-la a partir das necessidades eróticas aberrantes de uma rainha destronada.

K.M.

domingo, 19 de maio de 2019

Ars Dictaminis 5

Desde que o drama alemão moderno aprendeu a enxergar seu objeto na política, passou a ser manejado como truque de consciência. No prólogo de Schiller ao Fiesco lê-se: '' Se é verdade que o sentimento desperta sentimento, então, parece-me, o herói político não poderia ser tema para o palco na exata medida em que precisa desfazer-se do homem biográfico para ser herói político(... destrinchar da excessiva humanidade dos tempos o frio e estéril drama do Estado e precisamente nisso vinculá-lo de novo ao sentimento de humanidade --- envolver o homem biográfico pela sua boa cabeça política --- a emprestar da intriga engenhosa situações analisáveis  para o público. Isso sim cabia a mim!''. No entanto, mesmo naquela época, e mesmo sendo Schiller, tais construções estéticas não logravam serem apreendidas pelas pessoas como motivações humanas. Até hoje, por sinal, em arte , o Universal triunfa sobre o Existente através do seu próprio conceito, e por isso a força do mero Existente sempre ameaça recompor-se nesse triunfo a partir da mesma força que o rompeu. Muito do que a crítica marxista especializada dos anos 1960 descobriu na mídia de massas como ''mecanismos de coerção e cooptação'' provém desse deslocamento de 'forças espirituais' no interior da sociedade. Pois nesta, tudo fica subsumido às fases econômicas principais e decisivas historicamente em cada caso e ao seu desenvolvimento: o pensamento todo tem algo daquilo que artistas parisienses denominavam  ''le genre chef d´oeuvre''. Que o maior desafio resulta justamente do rigor daquele desenvolvimento; que esse rigor se vincule justamente à dominação --- tudo isso no mínimo não está explícito naquela teoria crítica que, como a tradicional, também espera a solução do avanço gradativo. Rigor e totalidade, os ideais do pensamento burguês de necessidade e universalidade, delineiam com efeito a fórmula da história; porém é por isso mesmo que nesses conceitos imóveis e engrandecidos pela dominação se sedimenta a constituição da sociedade, contra a qual se dirigem a crítica e a prática dialéticas. Quando nos voltamos detidamente para analisar o que restou do caminho, como queria Benjamin, nos deparamos, de certo modo, com seus resíduos e pontos cegos, que escaparam à abrangência de nosso enfoque. Quando a teoria crítica é aplicada ao caso dos despercebidos, torna-se mais fácil apresentá-los publicamente como derrotados ou atropelados pela dinâmica da história, quando eles mesmos não se dão a esse trabalho. Mas, como vimos no começo de meu artigo, trata-se mais de um truque de má consciência, capaz de politizar, com graus de eficácia variados, todo e qualquer pólo de uma determinada situação onde hajam interesses em jogo. Na identidade de cada indivíduo consigo mesmo transfere-se do conhecimento ilustrado para o plano da discussão ética o postulado da verdade incorruptível junto com a glorificação dos fatos, sempre que a substância do ego cai vítima de aparências que não a protegem, sejam políticas, econômicas ou sociais...

K.M.

Ars Dictaminis 4

Eu, que sozinho vou na primeira linha, eu o Espírito Liberto do jugo colonizador, prevejo as condições necessárias para compreender o tanto que dezenove séculos interpretaram mal essa probidade simplista, convertida em dócil instinto de rebanho, que faz guerra á independência do pensamento. Em primeiro lugar, é preciso admitir que realmente edificaram sua Igreja em território nosso, violando todo e qualquer princípio de ética e dignidade, incluindo a legislação virtual. Aos pés do Grande Teatro do Mundo, fincaram seu petulante ponto de interrogação, seu manancial de elocubrações ociosas, seus débeis desfiadores de argumentos chulos e tôscas fábulas de interpretação gradual dos ''fatos'' --- cada vez mais GROSSEIRA, mais FRACASSADA, derramada sobre MASSAS cada vez mais extensas de analfabetos funcionais, e que, por isso mesmo, compreendem cada vez menos as condições primárias de sua incessante vulgarização e irrelevância. Assim, pretendem os invasores fazer-se absorver, por meio de todos os dogmas e ritos subterrâneos do Imperium. Leia-se: do lobby empresarial de ofício. Para tanto, seus escravos voluntários não tiveram que satisfazer senão necessidades muito baixas, tais como o eterno sorriso de melancia para os chefes brancos e um olhar demente e submisso fixo na televisão, vazio de qualquer vestígio de contestação ou senso crítico.  Não é de espantar que tenha sido eu o único a estabelecer o contraste gritante e irremediável entre nós --- o maior que pode existir: entre a liberta e luminosa soberania do intelecto nobre e a pútrida e falsa amoedação da realidade com fins políticos e econômicos , cujo espetáculo até agora só nos inspirou desprezo e ânsia de vômito.

K.M.

Ars Dictaminis 3

Os sacerdotes da Nova Era querem mostrar-se dominantes à escória intelectual q lhes rende atenção, isto é, querem mostrar q castigam ou recompensam segundo o grau de obediência que lhes devotam. Posta em lugar dessa lastimável mentira, a realidade significa: certa espécie de pessoa parasita, que não prospera senão às expensas de todas as formações sãs da vida, como o Tantra e o vitalismo filosófico --- o sacerdote abusa do nome de Deus. Chama de Reino de Deus a um estado de coisas no qual ele é o único capacitado a fixar regras e conferir valores . Com cinismo glacial, mede os povos, as épocas, os indivíduos, conforme se mostram úteis ou resistentes à sua preponderância pessoal. Inevitavelmente, tende ele a recolher-se à sua alcova de falsificações e calúnias quando suas ligações com o conteúdo do qual pretende assenhorar-se são cortadas. Isso denuncia o descaso com que aprecia a inteligência humana e suas expressões mais altas, como a arte e a teoria política, o medo que estas lhe inspiram, a ameaça que representam à preponderância de suas ''idéias''. Pois um homem inteligente não é aquele que pode simplesmente ''raciocinar com correção'' (diga-se: com o auxílio das muletas do status quo, da mídia e do púlpito) , mas aquele cuja mente está aberta à percepção dos conteúdos objetivos, que está apta à receber o impacto de suas estruturas essenciais e transforma-las em linguagem de alto nível, única forma de acabar com a servidão e a colonização intelectual; e isso se aplica tmbém à natureza do pensamento como tal e de seu conteúdo objetivo. A neutralização sacerdotal e midiática da razão, que a despoja de qualquer relação com o conteúdo objetivo e de seu poder de julgar este último ''com brio'' (para usar a expressão infeliz de um recalcado) , e que a reduz ao papel de uma agência executiva mais preocupada com o COMO do que com o PORQUÊ, transforma-a cada vez mais num simples mecanismo enfadonho de registro de fatos. Assim, a razão subjetiva destes tais perde toda sua espontaneidade, produtividade e poder para descobrir e afirmar novas espécies de conteúdo --- perde a própria subjetividade. Como uma lâmina de barbear frequentemente afiada, esse ''instrumento'' se torna demasiado tênue e no fim lastimavelmente inadequado até mesmo para dominar as tarefas formalísticas ao qual é ''limitado''.

K.M.

Ars dictaminis 2

Antecipadamente, dei minha resposta ao problema. A hipótese para ela, é que o tipo de Salvador que ela deseja só podia ser conservado na sua mente mediante uma sofrida desfiguração da realidade. Por várias razões, sua visão desta não podia ficar pura, completa, digna, honesta, digo: sem ''adições''. O millieu em que se movia essa estranha e confusa donzela, deve ter deixado nela vestígios, coisas sopradas no ouvido, ordens de última hora, pressões e insinuações grosseiras para uma sensibilidade nervosa tão afeita à premissas da ''manutenção do emprego''. Mas seu testemunho, afetado desde o início, foi ainda ''enriquecido'', posteriormente, com uma série de traços q não podem ser interpretados senão por motivos de guerra eleitoral, como fins de propaganda. Esse mundo estranho e enfermo, no qual nos introduz o Evangelho de sua Empresa, a CNN --- o mundo como uma novela russa, o mundo de Versilov e Chatov, onde as fezes da sociedade, as doenças nervosas da mídia e a imbecilidade infantil das cores parece ter-se combinado à ''praso-dado'', para controlar algum efeito psicológico sobre a audiência, deve tê-la tornado por fim mais tosca, e à suas maneiras, sem que a direção de arte da reportagem se apercebesse. Sua crueza inicial, para compreender a COISA, ou mesmo para compreender qualquer coisa (desconfiamos nós, os pessimistas) nos revela um ser frágil no cumprimento obrigatório de suas funções restritas, formado essencialmente por uma cartilha de símbolos inventados, onde o pensamento livre é inibido sem cerimônia, e tateando , de forma até comovente, o abismo vazio em busca de coisas intangíveis, enquanto apaga desastrosamente da realidade as feições originais desta com pequenos pensamentos suspeitos, e idiossincrasias que ela mesma não percebe.

K.M.

Ars Dictaminis 1

Neste momento, em q cada um se indaga quais as leis mais profundas da CONSERVAÇÃO e do CRESCIMENTO, O ''imperativo categórico'', a ''virtú'' econômica de cada nação, parece um artigo propagandístico escasso , disputado a tapa no mercado midiático especializado. Existe uma concepção geral do Dever(?), na ceara pretensamente impessoal da análise objetiva? Quando uma economia começa realmente a perecer, sob quais pressões  e contradições internas? Todos parecem atentos à sintomas iniciais, à ''concessões indevidas, à pontos mortos de diálogo, à promessas evasivas, enquanto o deus Moloch em sua extrema abstração de desígnios mundanos, aguarda os sacrifícios inevitáveis, de parte a parte, que resultarão de qualquer ''acordo''. Há imperativos categóricos perigosos demais em cada lado da discussão, supõem. Mas... o que o espírito de auto-preservação quer realmente tomar sob sua proteção? de Quanto estamos estamos falando? O modo de produção exige mais flexibilidade do que nunca. quanto maior for a iniciativa necessitada, exigida, e, praticamente todos os setores da discussão, maiores serão as exigências de contrapartidas, de adaptação às condições mutáveis aspiradas. O triunfo da razão formalizada é tbm p triunfo da de uma realidade que se confronta com a ''persona ficta'' de cada nação como algo absoluto e esmagador. Não, senhores... o prazer que comanda o instinto do comércio quer extrair dividendos até das objeções impostas, das limitações intransponíveis, quer milagres, votos, farra e assim, inevitavelmente, destrói mais rapidamente o trabalho sobre a percepção cirúrgica do evento, única valia em nome da qual é possível invocar um suposto Dever Geral . O cunho eleitoral pesa, essa herança de antigas conquistas que, no entanto, é inútil  para a razão subjetiva, e que a despe de autoridade nos pontos fundamentais. Toda idéia política, ainda que ética, hoje tende a tornar-se o núcleo de patéticas ''mitologias espontâneas'', nascidas do acaso vangloriado, que nada agregam ao avanço da discussão, que não fixam nenhum motor à intelecção do discurso e, até mesmo, acabam revertendo , em certos pontos, os interlocutores à superstição e à paranóia mais banal . Implementado (ilegitimamente) por todo tipo de ''escrutínio'' e ''formas de comunicação'', apresentam-se, muitas vezes desolados em seus anseios, como forma que o ''pensamento oficial'' TEM QUE PROVER. Opinião pública? Ora, sabemos q isso não existe hoje em dia, é um trabalho de propaganda bem feito, se deteriorando aqui e ali, ao sabor das circunstâncias.  Existe apenas aquele poder de resistência , sensível a qualquer coisa que se ''acomode'' ou não , inspirando reações histéricas da publicidade, produto de tortuosas equações de interesses específicos, que dificilmente guarda alguma relação com o bem estar do povo. Quanto mais o julgamento do povo é manipulado por tais interesses, mais a ''maioria'' é apresentada pela mídia como árbitro da cultura política. FAZ-ME RIR Quanto mais a propaganda científica faz da opinião pública um simples incremento de forças obscuras, mais a ''opinião pública'' surge como um substitutivo aberrante da razão. Esse ilusório triunfo do progresso democrático consome a substância intelectual da qual tem vivido a própria democracia. Não só os conceitos orientadores da moral e da política, tais como liberdade, igualdade ou justiça, mas todos os objetivos e fins específicos em todas as áreas da vida foram afetadas por essa distorção entre as aspirações humanas e as potencialidades da verdade objetiva.

K.M.