domingo, 19 de maio de 2019

Ars Dictaminis 4

Eu, que sozinho vou na primeira linha, eu o Espírito Liberto do jugo colonizador, prevejo as condições necessárias para compreender o tanto que dezenove séculos interpretaram mal essa probidade simplista, convertida em dócil instinto de rebanho, que faz guerra á independência do pensamento. Em primeiro lugar, é preciso admitir que realmente edificaram sua Igreja em território nosso, violando todo e qualquer princípio de ética e dignidade, incluindo a legislação virtual. Aos pés do Grande Teatro do Mundo, fincaram seu petulante ponto de interrogação, seu manancial de elocubrações ociosas, seus débeis desfiadores de argumentos chulos e tôscas fábulas de interpretação gradual dos ''fatos'' --- cada vez mais GROSSEIRA, mais FRACASSADA, derramada sobre MASSAS cada vez mais extensas de analfabetos funcionais, e que, por isso mesmo, compreendem cada vez menos as condições primárias de sua incessante vulgarização e irrelevância. Assim, pretendem os invasores fazer-se absorver, por meio de todos os dogmas e ritos subterrâneos do Imperium. Leia-se: do lobby empresarial de ofício. Para tanto, seus escravos voluntários não tiveram que satisfazer senão necessidades muito baixas, tais como o eterno sorriso de melancia para os chefes brancos e um olhar demente e submisso fixo na televisão, vazio de qualquer vestígio de contestação ou senso crítico.  Não é de espantar que tenha sido eu o único a estabelecer o contraste gritante e irremediável entre nós --- o maior que pode existir: entre a liberta e luminosa soberania do intelecto nobre e a pútrida e falsa amoedação da realidade com fins políticos e econômicos , cujo espetáculo até agora só nos inspirou desprezo e ânsia de vômito.

K.M.

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