domingo, 24 de fevereiro de 2019

Sim, mas talvez NÃO.

Suicidas desde o começo,
mas não estranhos àquele
caminho da Natureza bruta
que olha sem piscar, acenando
sem nenhum reparo ou atraso.
No trato se desfaz o corpo.
Conspira, corpo, a cada
respiração, contra o sangue
apressado que te molda.
Tortura vagarosa do inopino,
dentro do debate em gestação.
Sim, mas talvez NÃO. Com
causa rediscutida, reincidente,
procurando uma saída
um pouco mais surda, NO ESCURO.
Arrumação da mesa? NO ESCURO.
Morte ou esquecimento. A mesa
marcada por tudo que foi alçado
à idéia fugidia da morte, levantando
hipóteses em segredo de Estado.
Fetos de mísseis operados
na redoma uterina da Defesa,
isolado de qualquer ultraje,
mas com o vento traiçoeiro atrás.
Se fosse necessário agora
o instinto mais instantâneo,
e a intenção pesada se descobrisse
abandonada à própria sorte,
a vida nua não atingiria
a noite obrigatória, que
ressuscita sem susto
de seus ensaios finais.
Nenhum SOS complacente,
enquanto o rosto ganha um
verniz enjoativo e esmagado
sob o Sol. Todo dia agora é ultimo?

K.M.

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