sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

COMO o dinheiro...

Os objetos sagrados (COMO o dinheiro) são dotados de uma força aurática que seduz e atrai a humanidade, ao mesmo tempo que os aterroriza e repele. Quando tocado , desencadeia efeitos de choque e representa um outro e mais elevado nível de realidade,: não é mensurável conforme as coisas profanas (como dizia Marx, no seu misticismo financista) , escapa a um exame homogenizador que assimila o estranho ao conhecido e explica o imprevisto com o auxílio do habitual . E podemos acrescentar ainda a determinação do dispêndio improdutivo. O mundo heterogêneo comporta-se perante o mundo profano COMO o supérfluo --- desde detritos e excrementos, passando por sonhos, os arrebatamentos eróticos e perversões, até as idéias subversivas contagiosas; do luxo notório às esperanças entusiásticas e eletrizantes. Em contrapartida, o homogêneo e o uniforme da vida cotidiana normal, incluindo a superestrutura da sociedade, , é resultante do metabolismo com a natureza refratária e exterior. Na sociedade capitalista ATUA sobretudo o trabalho medido abstratamente em tempo e dinheiro, , ou seja, o trabalho assalariado enquanto força homogenizadora; esta intensifica-se com a combinação de ciência e técnica. A técnica é o elo entre a ciência e a produção; e, de modo análogo ao que diz Adorno, isso significa que ''as leis fundadas pela ciência estabelecem relações de identidade diferentes entre os diferentes elementos de um mundo elaborado e mensurável''. Neste contexto, o objetivo da Administração Federal americana deve ser o investimento produtivo e, para tanto, os lucros devem ser conservados nas corporações, muito menos deverá ser despendido em juros, dividendos e , principalmente, em altos salários para as frações superiores dos assalariados. Outra opção, para empresas não-financeiras, é tomar empréstimos a juros moderados para manter os investimentos. A emissão de novas ações é um canal alternativo que significaria um abandono total da prática de RECOMPRAS. Independentemente do método usado, é fácil entender que essas propostas estão em desacordo com a maximização do valor para os acionistas e o desideratum neo-liberal de ofício. A re-territorialização da produção e da demanda já está em andamento, no novo governo, para interromper o déficit comercial crescente herdado da administração Democrata. Serão realmente necessários uma dramática intensificação da competitividade, o estabelecimento de barreiras tarifárias e uma certa limitação ''colateral do consumo'', durante um período indefinido de tempo, para que uma combinação destes mecanismos produza sua ''Pedra Filosofal'' republicana. Obviamente, não são poucos os obstáculos no caminhos desses ajustes. A interrupção do fluxo de produtos baratos na direção do mercado americano deverá ter certo impacto sobre o poder de compra dos trabalhadores. Dadas as condições econômicas atuais, o aumento da competitividade exige uma sério compromisso do governo em apoiar pesquisa e desenvolvimento (apesar de ser um processo demorado) , pois negligenciar este aspecto conjuntural se revelaria (em pouco tempo) de uma negligência e falta de visão quase primárias. Não bastasse tudo isso, se os Estados Unidos não limitarem rapidamente seu déficit externo e o uso correspondente de financiamento externo, a manutenção do uso normal da capacidade produtiva só poderá ser garantida ao custo da tendência crescente do ENDIVIDAMENTO INTERNO. Famílias e governo são os dois agentes potenciais para estimular a demanda , via empréstimos. Como as Famílias e o Governo se encontram enormemente endividadas, o aumento de qualquer uma dessas dívidas é altamente problemático. Irrompem neste cenário, então, Famílias e Líderes Governamentais em transe, falando de suas próprias situações orientados unicamente pelos próprios interesses; mesclam-se elementos heterogêneos e homogêneos de um novo modo: por um lado, a operacionalidade, a disciplina e o amor à ordem republicanos, qualidades que pertencem às exigências funcionais da sociedade homogênea, e do outro, a lealdade das Famílias à maximização dos próprios rendimentos, desligado de qualquer obrigação de legitimidade política. Mas esses grupos se encontram no momento, e por um número incerto de anos (é bom lembrar) excessivamente endividados. Trata-se, na verdade, de voltarmos à Benjamin e reinventar (RÁPIDO!) aquilo que ele chamou de ''uma política de puros meios''.

K.M.

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