sábado, 29 de dezembro de 2018

Visita interiora terrae rectificando invenies occultum lapidem

Visita o interior da terra, e retificando encontrarás a ''pedra gerencial''? No sentido mais amplo de administração e política corporativa, essa alternativa sugere uma bifurcação neogerencial dentro da direita americana, com o gradativo reconhecimento de certa necessidade de ''ajustes imediatos'', resultado de obstáculos ao crescimento da economia acumulados nos últimos anos.  De volta ao centro do palco, o deus ex-machina das políticas de crédito parece realmente retificado, no novo ano que se inicia, sem, no entanto, reconhecer a natureza social das relações ocultas que o ''iluminam''. As classes capitalistas americanas talharam na pedra sua classe gerencial, buscando tornar suas práticas cada vez mais ''intuitivas'' (liberadas de compromissos excessivamente referenciais). A criação de valor dos acionistas não poderia mesmo continuar sendo  objetivo exclusivo da administração, e as políticas se resumiram à busca de eficácia sem compromissos programáticos. Não existem razões intrínsecas para um ''compromisso'' (entre aspas) feito no TOPO. O novo equilíbrio de poder é gerencial, e altamente favorável às hierarquias de renda. Alguns requisitos teóricos podem ser atirados à mesa para ''inspeção circunstancial'', como a limitação do consumo, a substituição de importações, a degradação de termos de intercâmbio, a restauração das tendências de acumulação interna e a correção do desequilíbrio do comércio externo. Mas nada indica que as classes altas se sujeitarão passivamente aos termostatos de tais disciplinas. 

K.M.

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