segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

AFASTANDO COM DETERMINAÇÃO, Segundo o Hexagrama 43, do I CHING

É quando se substitui a opção ''armada''
por um excesso quase fatal de
PIADAS e CAFEZINHOS,
emboscando a única Linha Yin
com as impunes ofensas das Yang,
que agem clara e abertamente,
no momento em que potência é
TÃO EVIDENTE, e a fraqueza adversária
TÃO ESCANCARADA --- por isso as ''armas''
são deixadas de lado e desacreditadas.
A Linha Yin certamente resistirá
como o mais dispensável dos seres,
tentando arrancar acordes de um 
instrumento musical sem cordas.
O FIRME expulsa o MALEÁVEL
ali onde as grossas correntes
enferrujam de tanto adeus.
O fraco busca encobrir seus defeitos
empilhando ilusões em barracas de feira,
enquanto o público encosta desconfiado.
Mas não encontrando em que se refletir
tais ilusões perdem o caráter cortante,
sua eficiencia em desafiar desfaz-se
em disfarces de oportunismo cínico.
A AÇÃO CORRETIVA avança ---
mas a DECISÃO exige cautela (pá-
lavras feito tinta, colorindo escombros).
Quando o LOGOS triunfa, as paixões,
por si mesmas, se recolhem ao seu
delicado lodo de fabricações.
O Sábio não precisa de auto-promoção,
pois o Céu não é um quadro de carreira;
precisa é de um uso prático súbito
de suas próprias virtudes. Aumentando-as
SEM PARAR, Ele expulsa ''algo''
que não deveria estar ali. RESPONSABILIDADE.
Não há discussão possível, mas tampouco
EXCESSOS ou mesmo PRESSA.
O passo do Sábio é um êxtase ambulante
mas sua tarefa é aqui ''muito difícil'', e
constantemente ''mal interpretada''.
O Hexagrama antagônico é H23,
DESGASTANDO-SE PERIGOSAMENTE,
e indica que (no momento) uma
ação peremptória não vai produzir
NENHUM GRANDE DESABAMENTO.
É preciso desligar o inimigo
ou a própria inimizade?
O suor esguincha do corpo suado,
folders e logomarcas fluindo dos números.
O pólem das mercadorias mundiais
fica sem transporte confiável, chutando
com ódio a porta da frente, que ameaça desabar.
''O INFERNO REALMENTE EXISTE!'',
alguém grita, alarmado. 
''Então'', responde o Poeta
''Dante estava certo'' , rindo.
Após o café, sua Visão afiada
AVANÇA DESORDENADAMENTE,
descascando os couros da Escuridão.
A jibóia na sua cueca é de um
cinza rajado de estrume, a transbordar
metros cúbicos de sombra.
AVANÇA SEM CONQUISTAR!
''Mas isso é um erro'', advertem-no.
''FODA-SE!'', responde o Poeta:
''Essas traduções do I Ching
não são exatamente confiáveis.
NÃO FIQUE TÃO ANSIOSO!
Fixando confluências de efêmeras estradas,
cobriremos a aventura de velames
e atingiremos nossos objetivos
sem grandes enfrentamentos
apesar de todas as tensões.
COMO? Confeitando de espelhos
as invisíveis abóbodas do ALÉM''.

''Mas a sabedoria da CARNE
é realmente inimiga de DEUS?,
como diz São Paulo?''

''QUE NADA!, lagartos nunca se matam
por causa de um trapo de sombra.
A LUZ tempera-se com veneno extraído
de violetas-africanas, enquanto seus 
onze demônios brincam, condesados
na sombra das próprias asas''.

Nádegas sem pele obstaculizam 
a ação do Grande Homem da Sombra,
a ''ginasticar-se'' dentro da própria cabeça.
PODER DE ATRAÇÃO INFINITO.
Ele é capaz de sair da linha de fogo
e entrar num perfil fluido e fugitivo.
Mas se não há gosto de riso no seu rosto,
o que há nao tem medida nem serventia.
Por isso o Poeta espera, mergulhado
no próprio sangue, enquanto lá fora
sua fala está em apuros. Para o salto
ainda não articulado, o ser incerto
se formando (mas, por presunção
cronológica, é melhor ESPIAR o
MOTO-CONTÍNUO dos dias e
tentar manter as aparências
presudidamente frias, sob o risco
de tantas reprimendas --- digo:
na rotação prevista do público,
e impressas no rastro de todas
as alterações superpostas,
como uma dócil manada de trevas).

K.M.

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