sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

MAIS RISOS

Irritam-se da canhestra
captação do RISO,
indefinível veia
da figuração maquínica,
confirmada AQUI,
a partir desta ordem.
O erro da fera,
da falange que se extrema,
vibrante nas letras,
no plano da palavra
lapidada, chega à uma
refração brusca: então
outras tramas martelam
direto nos miolos
as entrelinhas da madrugada.
Só o vento pode decidir
o destino da nova figuração
em que se aposta, e é preciso
apostar nele, pois os riscos
tradicionais já não bastam,
nem cabem nas novas 
disposições em JOGO. 
Também o curto-circuito
que circula, da felicidade ao
perigo, feito nervuras,
corresponde à alegria aflita
do novo número disparado,
que desanda no tempo idêntico.
Os músculos folgam com os
motores do que se lê AGORA,
que ainda está lá, no
lado oculto que se capta,
muito remotamente, na vibração
entre as paredes do crânio,
na boca que escorre o Verbo
na voz, no RISO e nas
bordas do vaso sanitário,
onde gerânios de fezes
deflagram o fim abrupto
do antigo espetáculo.

K.M.

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