segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Os feitos da palavra e da espada são mais fáceis de se lembrar do que os do dinheiro.

Em parte, o consumo ostensivo de produtos culturais foi um resultado direto da conjuntura comercial , que transformou os investimentos no patrocínio das artes numa forma mais útil ou até mais lucrativa de utilização do excedente de capital do que seu reinvestimento no comércio.

Era natural que os grupos dominantes --- mercadores e profissionais, a maioria deles com alguma formação em leis e em contabilidade , e a maioria deles com experiência nas disputas no fórum e no mercado ----- acreditassem que as palavras podiam ser tão poderosas quanto as espadas. É provável que a confiança dos comerciantes e dos políticos n a eficácia d a persuasão diplomática e forense, como um adjuvante de força militar ou um substituto dela, tenha sido acentuada pelo ressurgimento do interesse na literatura clássica. Por sua vez, sem dúvida, essa confiança fortaleceu o novo humanismo e contribui para lhe dar sua inclinação predominante pela retórica pública. Ninguém é capaz de avaliar agora a verdadeira eficácia dessa forma de guerra psicológica. 

A substituição crescente, da espada pela palavra, como meio de se chegar ao poder, foi um aspecto central na consolidação do sistema entre as cidades -Estado italianas.. mas nem as palavras nem espada teriam sido suficientes para criar o protótipo do futuro sistema inter-estatal da economia mundial européia , não tivessem elas sido suplementadas, ou melhor, escoradas pelo poder do dinheiro. Os feitos da palavra e da espada são mais fáceis de se lembrar do que os do dinheiro.

AS altas finanças foram uma invenção florentina.

A contribuição decisiva e duradoura do RENASCIMENTO ITALIANO para o o desenvolvimento do capitalismo como sistema mundial situou-e na esfera das altas finanças. Foi nessa ESFERA INVISÍVEL em que se formaram os órgãos e estruturas do primeiro ciclo sistêmico de acumulação.

K.M.

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