segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Just as I used to say... --- Inovações históricas. ---Causas remotas... ---ÂNCORA FISCAL.

Just as I used to say...

As finanças gerais estão representadas por um fator Fi em que se incluem variadas operações. Há as manobras estritamente patrimoniais pelas quais buscam ganhos de capital através do mercado de bolsas, na negociação de ações de empresas contidas em seu portfólio e que encontram no market for corporate control um espaço apropriado de ampliação . Há aplicações em outros títulos financeiros, práticas de arbitragem em geral nos mercados de crédito e decapitais mundialmente integrados. Ocorre o financiamento a empresas vinculadas a seus networks técnico-produtivos, tais como fornecedores e cooperadores, no desenvolvimento de tecnologia.  As operações especulativas com moedas explicam em boa parte o  crescimento das operações cambiais além das necessidades meramente comerciais. Dedicam-se à montagem de esquemas de ''funding'' para seus investimentos que otimizem as oportunidades oferecidas pelo crédito  bancário , pelo mercado de securities  e pelos fiscos dos países para onde dirigem seus investimentos. As estratégias de depreciação do capital fixo tbm aqui se incluem , na medida em  que implicam a inserção, nos preços produtivos, de um componente financeiro específico. E finalmente , a montagem de esquemas temporais adequados , no plano das posições devedoras-credoras, ativas-passivas , segundo as oportunidades oferecidas pelos vários segmentos dos sistemas financeiros nacionais em que atuam e do mercado de capitais mundialmente integrado.

K.M.

Inovações históricas.

Ernest Chandler, em sua pesquisa sobre as grandes empresas modernas estabelece seis traços que constituem , segundo ele, verdadeiras inovações históricas no comportamento empresarial , das quais três  remetem-nos justamente à lógica financeira geral que nos ocupa aqui :''Dentre as várias mudanças recentes no crescimento , gestão e financiamento da moderna empresa industrial, , seis não tem precedentes históricos. Estas incluem : a adaptação a uma nova estratégia de crescimento ---- aquela de ingressar em novos mercados em que as capacidades organizacionais  originárias da empresa não oferecem vantagens competitivas ; a separação gerencial entre cúpula administrativa da corporação e a gestão intermediária nas divisões operacionais ; o amplo e continuado desapossamento (divestiture) de unidades operacionais ; a compra e venda de corporações como um negócio específico em si mesmo ; o papel representado por gestores de portfólio nos mercados de capitais ; e a evolução desses mercados de capitais para facilitar a emergência do que tem sido designado como um mercado para o controle de corporações . As três últimas representam para Chandler expressões das finanças como um fim em si mesmo, na estratégia das corporações, enquanto as três primeiras refletem um novo perfil de decisões competitivas em produção e tecnologia. 


K.M.

Causas remotas...

Os processos especulativos, geralmente se iniciam com a expansão ex-nihilo do crédito bancário . Os bancos criam moeda a partir de seus empréstimos e, após algum tempo , com o crescimento da demanda efetiva de mercadorias e ou ativos financeiros seus preços começam a aumentar. Este aumento de preços  propicia o aparecimento de novas oportunidades de lucro e atrai mais empresas e investidores. Assim instaura-se um círculo, em que os novos investimentos levam a aumentos de renda, que estimulam outros investimentos e outros aumentos de renda. Nesse momento, é muito fácil identificar a ''mania especulativa '' , quando boa parte do mundo parece estar louca, no sentido intelectual . Mas devemos imitar um pouco do mundo que temos diante de nós, ou corremos o risco de termos nossas vozes fagocitadas pela irracionalidade de seus processos. À medida que o BOOM especulativo prossegue, as tacas de juros, a velocidade da circulação da moeda e os preços dos ativos continuam aumentando . Em determinado estágio, alguns insiders decidem vender seus títulos e pegar seus lucros. Os preços indicam sinais de queda., podendo iniciar-se um (especula-se) período de dificuldades financeiras. Uma corrida por liquidez --- com consequencias deletérias sobre os preços dos ativos, das mercadorias e dos títulos. A liquidação pode ocorrer de forma ordenada, não existe nenhuma necessidade racional de ''pânico'' .Sempre haverá dinheiro suficiente. Calma. Apenas deve-se controlar a expansão do crédito. As outras causas são em geral incidentes que ''abalam '' a confiança do sistema, e projeta os receios dos investidores de forma desarticulada na tela. Deslocam-se das commodities industriais, ações, imóveis, letrasde câmbio, notas promissórias, moedas estrangeiras --- e correm de volta para a moeda corrente. Talvez não seja perda de tempo lembrar que os sistemas monetários não possuem ''âncoras'' , e que sua estabilidade depende da reprodução gradual do passado no presente, como forma de calcular e precificar o futuro.  A instabilidade é da natureza das economias monetárias e acriação endógena de moeda pelos agentes privados (bancos, empresas) constitui um modo de alavancar e prolongar a fase de expansão do ciclo, quando perspectivas de lucros crescentes sustentam a confianças dos agentes. Com perdão do ''prosaico'' , existe uma velha metáfora nos mercados financeiros que diz : Os bancos lhe fornecerão o guarda-chuva se fizer sol,  mas o tomarão de volta se começar a chover . Correntes do ''Mainstream'', os adeptos das ''Expectativas racionais : A NOÇÃO DE QUE OS MERCADOS DE ATIVOS SÃO COMPOSTOS, OU MESMO DOMINADOS POR ESPECULADORES INTELIGENTES, BEM INFORMADOS E COM BONS FINANCIAMENTOS, QUE FAZEM COMPLICADOS CÁLCULOS PASSO APASSO, NÃO É EXATA. ESSE NÃO EXATAMENTE O SEU ''MODO DE SER ''. 

K.M.

ÂNCORA FISCAL.

Outra circunstância recomenda de forma categórica a ênfase no ajuste fiscal. A maioria das estabilizações realizadas em condições de inflação alta e crônica resultou, historicamente, sobretudo em suas etapas iniciais, em significativa expansão da demanda agregada, especialmente do consumo privado, em resposta à queda do imposto inflacionário, à recomposição do crédito e outros fatores relevantes.  Muitas experiências históricas mostram também que uma expansão excessivamente rápida da demanda interna pode ter consequências negativas para o suposto programa de estabilização. Pelo menos a médio prazo, a forma mais eficiente de se conter a expansão da demanda ,dentro de limites consistentes com a consolidação da estabilidade, não é o recurso à valorização cambial ou à política de taxas de juros elevadas, mas sim a implementação de uma política fiscal rigorosa.  Deste ponto de vista, o ajuste fiscal requerido é, tudo o mais constante, tanto maior for o impulso expansivo desencadeado pela própria estabilização inicial no nível geral dos preços. E convém ainda frisar que a contenção fiscal é a forma de restringir a demanda que mais se combina com a preocupação de assegurar uma posição externa sólida ---- fortalecer a ''âncora fiscal '' é o que permite, em última instância, conferir uma base sólida à estabilização de uma determinada economia e libertá-la de qualquer perigosa dependência da valorização cambial e de taxas de juros internas excepcionalmente elevadas.

K.M.

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