terça-feira, 8 de janeiro de 2019

AUTORICTAS

Em busca de um conceito de política
à altura dos tempos, o hálito do trabalho
torna-se CAVERNOSO. Nada se sabe
sobre as formas de poder atuais
e o destino incerto de tais jogos.
Não remetem à nada degustável
na Disneylândia transnacional,
e seu dinheiro, isento de gordura táctil,
desde o começo absorve, contrariado, 
a sensação de orgulho vacilante,
a intencionalidade restrita,
as preferências duvidosas,
enquanto modelos e projetos
são mobilizados de forma inconsciente;
os mesmos referentes obsoletos
medindo-se com uma série de conceitos
SEM ÁLIBI, em meio à tantas aliterações.
O pensamento oficial emperra
o próprio reflexo, governando uma passagem
suspeita no esgoto do jornal diário. 
Ali, com freio desde a primeira frase,
libera uma imagem ruminante
sob um céu fechado por cima,
quando deveria estar tentando
tornar sagrada sua estadia
num complexo relacional-simbólico
onde um rei taumaturgo, atento ao povo,
retira forças dos pontos alinhavados
em que a LUZ se faz AUTORICTAS.
O pattern mítico-ritual da soberania
clama o imprevisto dos tempos,
mas sujeito à cronologia sem alma
dos marcos espaciais do poder, APENAS 
aumenta sua transpiração sem alma.
Nenhum incremento simbólico
dando vida à trama do dinheiro testado
na insolúvel tensão do regnum
com o simbolismo do espaço público.
Então o gosto do poder se aproxima
da substância simbólica desejada
como uma atônita máquina vocabular, 
produzindo sobressaltos em série
e arrotando seus parafusos
para todos os lados, enquanto alguém
(desesperado aos fundos da sala)
procura o telefone do técnico
no catálogo do liberalismo dominante.

K.M.

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