quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Tornar possível a visão.

Os estudos sérios deviam começar com Husserl, para só depois chegar a Heidegger, o discípulo dissidente. Mas Husserl, na verdade, não tinha um grande público. A terminologia de Heidegger, embora incompreensível para grande número de leitoras, causava impacto com palavras como Morte , Destino, Nada, atiradas aqui e ali . A idéia era aparelhar-se com utensílios para compreender a História e meu destino .Muitos só desejavam isso: possuir os meios , para ditar as escolhas . Heidegger é o aparecimento no mundo de uma consciência livre , uma proposição livre da sua época. O ponto zero --- cuja orientação me ajudava a compreender onde estava e para onde estava indo ---- aproximava-se de mim . Eu o explicava naquele diário : ''Ultrapassei o ponto zero... uma nova direção do espírito e a percepção de fenômenos novos.  A visão foi reencontrada. Agora , um momento crucial . Meu confronto com Heiddeger concentrado exatamente nesse ponto : o destino do Nada está sob o domínio meridiano zero e da exegese da linha . O Nada se aproxima das metas últimas e insondáveis. O ponto zero está no interior do Nada; não é o seu termo , não representa o momento final da ultrapassagem, mas apenas uma decisiva fase sua. A travessia da linha , a passagem do ponto zero ''divide o espetáculo ''. Ele indica o ponto meridiano, não o fim. Não dá toda a segurança possível, mas torna possível fixar a visão .

K.M.

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