sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

CLAREIRA

CLAREIRA, campo e registro
do NÚMERO, do enredo
insondável, profundamente
perseguido (à força de nado).
Mergulho no NADA implícito
e sem ruído, TOTAL-
mente à Mão no
rastejo do cio kafkiano.
irreconhecível cotidiano
traçado nos ofícios que
apuram a ESCUTA
e pinçam a mistura da Máquina,
a escoar as babas de sua glândula.
Nas Linhas acima, chega
a conta do ruído sem fim.
É o trajeto da fome
dando cabo do que foi escrito.
Um feito ousado! Como
um esporte que se planta
no papel, carburando o pensamento.
Depois, como velozes faíscas
na urdidura fria da Máquina,
no aperto da lapidação
rigorosa do poema.
Comigo ele estanca,
atropelado na própria derrapagem.
Correção auto-aplicável,
freando na margem cautelosa
em que o poema se desculpa
(aparentemente arrependido)
com a criança mais gorda
da platéia, que chora.

K.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário