quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Olho de Respiração Imóvel

O mais puro exercício
do espírito-frila, armado
de linhas de frio e susto
entre tantos outros riscos.
Com caneta empesteada
no papel, essa peripécia
do pensamento estala as
molas de sua catraca, e
não retorna atarraxado
da própria duração de faquir...
NÃO: dura na curva do
QUATRO INCRÍVEL, do
QUATRO ORIGINAL, do
QUATRO ÚNICO; dura
se o Grande Poeta, se
a Mão Sinistra, se
o Monstro, essa mescla de
corpo energético e letra,
mantém na cerimônia
certa intimidade de 
Sombra alastrada.
E é na Solitária vetorial
de todos os ioiôs do Ibope
que se cumpre o resto da sentença:
entre a mutação dos riscos
e as sobremesas do Não-Ser, 
com a caneta inserida no
corpo vedado da anti-matéria.
Ali, os veios que assinam o
Outro-Eu, dentro da conversa
muda do Poeta consigo mesmo,
surpreendem na parede outra Sombra
(aquela silhueta que se deixou
extrair da dentadura estetoscópica,
COMO se diz: a Sombra mimética,
ártica e insubmissa da inação).

K.M.

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