quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Utilitarismo clássico.

Mesmo que nos sintamos tentados por vezes a expressar uma visão mais ampla de utilitarismo , incluindo autores como Adam Smith e David Hume , nossas alusões mais frequentes devem se concentrar no chamado ''utilitarismo clássico '' de Jeremy Bentham , John Stuart Mill e Henry Sidgwick . De uma maneira geral , tal utilitarismo sempre defendeu que os arranjos sociais sejam tais que maximizem a felicidade plena de seus membros, sem levar em conta como os benefícios e as desvantagens são distribuídas, a menos que afetem o total. Em última análise,  a utilidade em tais pensadores é tomada como fonte de justiça por ser o único fim capaz de promover o bem-estar e a felicidade da sociedade como um todo. Não apenas as leis, mas ainda as ações e políticas (policies) públicas devem ser, segundo o utilitarismo , avaliadas em função de quais alternativas propostas produzem efetivamente as melhores dentre todas as consequências possíveis . Esse consequencialismo combinado com os cálculos de utilidades de bem -estar e seu somatório asseguram aos modelos utilitaristas um lugar privilegiado em qualquer teoria ou concepção jurídica, sobretudo em discussões acerca da eficiência e do princípio da diferença ---- muitas vezes identificados como uma mesma coisa. Mas as políticas econômicas não deixam de contemplar os requisitos inerentes ao utilitarismo ; também o ''maximum enquanto princípio de utilidade , aqui entendido em termos contratuais , procedimentais . O utilitarismo , na verdade, pode ser considerado à luz da combinação dos três requisitos do ''welfarismo'' ( a bondade de um estado de coisas é função apenas das informações sobre utilidade relativas a esse estado ), do ranking pela soma (sum-ranking  : as informações sobre utilidade relativas aqualquer estado são avaliadas considerando apenas o somatório de todas as utilidades desse estado ) e do consequencialismo . Que a escolha de ações , instituições, leis, motivações , regras , etc ---- sejam por fim determinadas pela eficiência dos estados de coisas decorrentes. 

K.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário